Vence, Slau

Vence, Slau

Maria da Graça Almeida

Vence o voo, vence, Slau,

o trajeto é normal!

Vento forte, sem fronteira,

põe no olho mais poeira,

pedras, na atiradeira.

Vela ao vento, vence, Slau,

sonho é imaterial!

Tendo o mar feito estrada,

bem se vê que tua jangada,

pelo sal foi batizada.

Vê a pedra, vence, Slau,

sempre o chão é desigual!

Pelas ruas, distraídas,

resvalando, carcomidas,

ficam pele e feridas.

Vida é sonho, vence, Slau,

o amor é natural!

Todo laço tem um nó,

mesmo com pena ou dó

quem desata fica só.

Vai no verso, vence, Slau,

rima pobre é banal!

Só o u carrega o trema,

toda trova tem um tema,

a palavra é um poema!