Mortos

Nessa vida

Nada se perde

Nada meu se priva de mim

Aquela

Surra ainda arde na minha pele

Gabriela vai embora

Todos os dias há muitos anos...

Morre todos os dias muitos amigos

Que já morreram...

Meu cão Julio é atropelado

Toda tarde por volta da novela...

E minha avó Railda chora

Como se tivesse perdido

Um pedaço dela...

Se eu pudesse ser livre

Nesses instantes

Mal formados e de pecados, se pudesse

Voar em direção ao revolto mar

Que me chama:

Vem dançar comigo, Alex!

Mas eu não posso...tenho

Tenho vontade mas não

Posso, porque tenho

Meus Meus mortos pra cuidar...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 27/06/2012
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