Mortos
Nessa vida
Nada se perde
Nada meu se priva de mim
Aquela
Surra ainda arde na minha pele
Gabriela vai embora
Todos os dias há muitos anos...
Morre todos os dias muitos amigos
Que já morreram...
Meu cão Julio é atropelado
Toda tarde por volta da novela...
E minha avó Railda chora
Como se tivesse perdido
Um pedaço dela...
Se eu pudesse ser livre
Nesses instantes
Mal formados e de pecados, se pudesse
Voar em direção ao revolto mar
Que me chama:
Vem dançar comigo, Alex!
Mas eu não posso...tenho
Tenho vontade mas não
Posso, porque tenho
Meus Meus mortos pra cuidar...