eros
na planície da alma
o lobo observa
o voo e as vozes
e caça os detalhes
que deslizam na pele
e desviam na face
obliquamente ao desejo
o lobo observa
-ele próprio um ataque
ele próprio uma arma-
e decide morder a carne
onde a roupa se esconde
e o olhar desguarnece
na planície da alma
ávido e ágil
o lobo observa
e nunca se entrega