poema em linha curva
olho e meu olhar
olhando
me ensina a ver
às vezes me distraio e não vejo
o que meus olhos
tocaram
é assim que escrevo
como respiro
como ando
como cago
sem pensar no que faço
sem usar nenhuma formula
sem pegar o dicionário
sem medir meus versos
sem aprisionar meu ritmo
com rimas normas lições universitárias cursos concursos e palestras
mas nesses interneticos tempos
nesses tecnológicos tempos
não duvido que inventem
o computador poeta
o poeta pós-fabricado
o poeta transgênico
o clone do poeta
e a maquina de escrever poesia
pelo que tenho visto por aqui
isto já foi inventado
amigos não percam tempo
patenteiem logo e bem depressa
estas invenções pós-modernas
alias para que a pressa?
como bem disse o poeta
(que inventou a si próprio
sem qualquer faculdade)
"as flores de plástico
não morrem jamais"
viva o poeta eterno
primo-irmão do dracula e do frankstein