Abismo
Destilava pelos cantos
gosto acre da noite
dos becos mal cheirosos
da comida encardida.
Sob céu despregado de estrelas
fantasmas de plantão
Tropeçavam na sombra.
Contraste com o som do piano
em mãos de veludo.
As suas, esgarçadas,
cachimbada de pedra,
estourando pulmões.
Reino de bárbaros
filhos do pó e mortos pelo pó.
Na ampulheta
toda areia do mar.