Respiração
Inspiro e absorvo oxigênio
saído das folhas de alguma planta,
passado por um gênio defunto
que andou por aí
noutros tempos, já idos.
Expiro e devolvo ao ar
restos de minha morte celular
em oxidações implacáveis.
Estáveis, estáveis mudanças...
Morte e renascimento,
ciclos eternos em dança espiral,
em cada respiração,
em cada pensamento.
Lamento, alegria,
noite e dia,
verão e inverno,
céu e inferno,
num único ato em três tempos:
inspiro o mundo,
o transformo em mim
e me espalho pelo ar...