Respiração

Inspiro e absorvo oxigênio

saído das folhas de alguma planta,

passado por um gênio defunto

que andou por aí

noutros tempos, já idos.

Expiro e devolvo ao ar

restos de minha morte celular

em oxidações implacáveis.

Estáveis, estáveis mudanças...

Morte e renascimento,

ciclos eternos em dança espiral,

em cada respiração,

em cada pensamento.

Lamento, alegria,

noite e dia,

verão e inverno,

céu e inferno,

num único ato em três tempos:

inspiro o mundo,

o transformo em mim

e me espalho pelo ar...

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 26/06/2012
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