Ardil

Vem a noite atormentar-me a alma 
A neblina é densa, o orvalho ácido 
E corrói as poucas lembranças, já tão raras 

meu coração como o ponteiro dos segundos 
revela o desespero e o meu sonho perde horas 
Sem convicções, nem pranto, 
nem nada que se apalpe 

Vem a noite atormentar-me com segredos 
que jamais se revelaram 
E tu sem piedade chegas, 
Incompleto, assim como quem parte 

E meus sentidos se aguçam 
noutros cheiros, noutros hálitos 
E cada minuto é esquecido 

Cada tempo, cada ato 
Tudo é agora e tudo tarde 
Eu blasfemo o amor que inda arde. 

Cristhina Rangel.
Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 26/06/2012
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