o mesmo barro

Beijos seus pés

Sujos de pisar

Beijo seus dedos

Finos e constelados

De finos vermes...

Beijo o ar que te

Atravessa os poros

E minha saudade...

Que não sei de quê

Sem origem, apenas

Um fosso de ordem

Púrpura e corrompida....

Esse beijo que

Sae da minha boca

E expresso por esses

Lábios finos e descontinuados

Não nasce aqui...na boca

Ou na garganta ou no coração...

Nasce em outro mundo

Um lugar guardado

Onde eu também fui

Sujo como seus pés

Como essa terra que te

Sustenta os segredos...

O beijo vem do lugar...

Do mesmo lugar

Que um dia você

Esteve comigo

Compartilhando

A mesma sujeira

De estar vivo...

Entrego esse beijo

Como te entrego

A lembrança de

Você mesmo...

Já que nascemos

Do mesmo barro

Assustado...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 26/06/2012
Código do texto: T3745995