o mesmo barro
Beijos seus pés
Sujos de pisar
Beijo seus dedos
Finos e constelados
De finos vermes...
Beijo o ar que te
Atravessa os poros
E minha saudade...
Que não sei de quê
Sem origem, apenas
Um fosso de ordem
Púrpura e corrompida....
Esse beijo que
Sae da minha boca
E expresso por esses
Lábios finos e descontinuados
Não nasce aqui...na boca
Ou na garganta ou no coração...
Nasce em outro mundo
Um lugar guardado
Onde eu também fui
Sujo como seus pés
Como essa terra que te
Sustenta os segredos...
O beijo vem do lugar...
Do mesmo lugar
Que um dia você
Esteve comigo
Compartilhando
A mesma sujeira
De estar vivo...
Entrego esse beijo
Como te entrego
A lembrança de
Você mesmo...
Já que nascemos
Do mesmo barro
Assustado...