Campestre

Euna Britto de Oliveira

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Árvores tão lindas

Cheias de idas e vindas...

Uma delas é uma acácia

Em plena cidade de Belo Horizonte!

Essa acácia cobre uma casa.

Outras estão nas estradas

Por onde passo

Na rota dos veranistas

Que buscam o mar do Sul da Bahia.

Árvores plenas em terrenos planos

Em descampados,

Fazendo sombra para gado alheio...

Uma igrejinha perdida em lugarejo distante

Guarda a prece que nunca fiz,

A necessidade minha,

O pequeno frio da minha alma

Semelhante ao frio que o corpo sente de manhãzinha

Quando tem de enfrentar a névoa das baixadas onde há brejos

E sapos cantando perto...

Sou triste, sim.

De uma tristeza alegre

Que, embora roxa

Embora cinza,

Sabe se vestir de vermelho, de verde, de amarelo...

Também sou alegre,

De uma alegria muito comedida.

O máximo que consigo é estar em paz comigo mesma.

Então, acontece vestir-me de branco...

Era uma planície de um verde tão bonito e tão uniforme!

Parecia que a terra havia feito a barba!

Em pouso de emergência

Um avião poderia perfeitamente descer

Naquele verde, naquele campo...

Destapo o vidro de perfume

E sinto o cheiro e o ciúme

Que eu tinha de você...

Pra que foi morrer?...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 09/02/2007
Código do texto: T374569