flor na laje
O dia está na noite
Como a noite está no dia
A viagem está na senhora
Que nunca viajou...
Nasce ervas nas sepulturas
Existem frutas com péssimo sabor
Dentro do três há o dois há o um
Há ainda próprio três e outros
Milhões de lugares.
Os troncos velhos caídos
No meio da floresta são
Comidos por formigas
E cupins...
A dia tem o negrume das coisas
Ruins, e a noite tem a pele
Branca e molhada de Iracema
A boca e o cheiro da sua flor
Que toma conta do quarto
Dos lençóis e da madrugada...
E longe da casa a vida
Acontece em outra casa
Na rua, no campo de futebol...
Na estrada de ferro e no estado do Paraná
E nas ilhas distante do pacífico
Onde há uma brecha de luz
O motor da criação está ligado
Um bilhão de perdão é jogado
Em esgotos e no escroto do
Homem capital...
E há tanto amor terminando
E tantos outros enfraquecendo
E há os que se conheceram hoje
Saindo de casa ou no ponto
De ônibus, no supermercado....
Difícil não achar nada pra viver