O rato-preto
No meio da praça,
Havia um coreto,
Onde um rato-preto
Fazia u’a arruaça...
E a Banda Fumaça
Tocava um dobrado,
Bem acelerado —
No ritmo do esguicho,
Fazendo um capricho,
Com muita pirraça.
Subiu nu’a vidraça,
Caiu no trombone;
Foi pro xilofone —,
Tão cheio de graça...
Ó Deus, que ameaça!
Vi o povo correndo,
Rumo ao reverendo,
P’ra qu’ele pudesse
Tirar aquele estresse,
Co’a nova mordaça...
Era um feriado
E havia u’a quermesse,
Onde u’a patronesse
Vendia fiado... —
Pr’uns homens privados!
E o rato lendário,
Deu u’a de larápio,
Mordendo seu queijo,
Deixando o sobejo —
Tudo envenenado!
Ô! bicho danado!...
— Saiu no pinote,
No ritmo do xote,
Fazendo um trinado,
Um tanto afinado!...
Fizeram u’a trapaça,
Benzendo a cachaça,
P’ra aquele animal...
Que enfim, se deu mal,
— Seu dia de finado!
Pacco