O rato-preto

No meio da praça,

Havia um coreto,

Onde um rato-preto

Fazia u’a arruaça...

E a Banda Fumaça

Tocava um dobrado,

Bem acelerado —

No ritmo do esguicho,

Fazendo um capricho,

Com muita pirraça.

Subiu nu’a vidraça,

Caiu no trombone;

Foi pro xilofone —,

Tão cheio de graça...

Ó Deus, que ameaça!

Vi o povo correndo,

Rumo ao reverendo,

P’ra qu’ele pudesse

Tirar aquele estresse,

Co’a nova mordaça...

Era um feriado

E havia u’a quermesse,

Onde u’a patronesse

Vendia fiado... —

Pr’uns homens privados!

E o rato lendário,

Deu u’a de larápio,

Mordendo seu queijo,

Deixando o sobejo —

Tudo envenenado!

Ô! bicho danado!...

— Saiu no pinote,

No ritmo do xote,

Fazendo um trinado,

Um tanto afinado!...

Fizeram u’a trapaça,

Benzendo a cachaça,

P’ra aquele animal...

Que enfim, se deu mal,

— Seu dia de finado!

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 25/06/2012
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T3744484
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