Dilema vampírico

Quando triste,

vago na noite,

em busca de gargalhadas,

nesta longa estrada da vida.

Ida minha tristeza,

a reencontro nos olhos

da beleza posta em minha mesa

de jantar, leito de felicidade,

desfeita pela luz do dia.

Eu me saciei de você

e só deixei restos

dos sonhos que você sonhou.

O Tempo me amaldiçoou,

pois em meu voo,

engulo você,

que me deu prazer,

só porque você não quis

viver comigo no depois.

Eu o engulo,

eu me anulo,

mas de nada mais vale:

já roubei seu sorriso,

na noite que se foi,

no seu derramar em mim...

Já comi da carne,

roí seus ossos,

deixei só resto

e atesto

que me alimentei de você,

quando só queria

sonhar que você dividira

sua vida comigo.

Sou vampiro, sou mendigo,

de amor e do prazer

que de seu ser

suguei.

Hei, hei de os devolver,

quando em meu ser

encontrar a luz

de toda esta escuridão.

Desculpe,

não queria,

que eu me alimentasse,

que eu me saciasse,

de você...

Como vegetariano distraído,

eu me distraí

e distraidamente,

devorei você...

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 24/06/2012
Reeditado em 24/06/2012
Código do texto: T3742741