O triste oscular do mar

Ofendi minha cabeça com as coisas que falei,

Com as coisas que por ventura pensei,

Com as coisas que por desventura em fala resguardei.

Em toda palavra nesta esquizofrênica mandala rodopiei,

Absorta e consternadamente guiada por tais signos.

E meus olhos novamente escoaram para o mar,

Caro companheiro, arrebatador de passos forasteiros.

Ele veio e deixou muito de si nos meus pés.

Ele foi e levou tudo de mim no seu doce oscular.

Só se tem verdadeiramente aquilo que à mente pertence,

O que se pode levar para qualquer lugar, em qualquer tempo,

Aquilo que nem a vida e nem a morte poderá furtar,

Para além da irresoluta dança das posteridades...

... e das materialidades.

Leitora BNFS
Enviado por Leitora BNFS em 24/06/2012
Reeditado em 24/06/2012
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