Bordadeira


Bordava sonhos
Usando linhas 
De pesadelos.
Criando imagens
Bordando adeuses
Mas sem viagens...

Emaranhadas
Linhas e agulhas
Por sobre o pano
Branco da vida;

Bordava fases,
Fases da lua
Criava imagens
Vindas da rua.

Tinha um dedal
Todo furado!
Ponta de agulha
Nos dedos nus...

Sangue tingia
A cor da linha
E ela sorria,
E como ria!

Bordava sonhos
Usando linhas
De pesadelos
Formava enredos.

Tinha uma caixa
Cheia de linhas
Emaranhadas
Lá na cozinha
Onde bordava
Todas as noites
Sempre sozinha!
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 24/06/2012
Reeditado em 16/06/2020
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