Dane-se o controle (Janaína Lúcia Alves)
Queria perder o controle
Do que sei e do que sou
Da hora de sair e de chegar
De onde fui ou deixei de ir
Do que esqueci, do que perdi
Das coisas nas quais não paro de pensar...
Queria descontrolar o que sinto
O que vejo, mas omito
Tudo aquilo que não me permito
Que deixei o tempo apagar
E que agora quero de volta
Nem que seja pra rejeitar...
Que se dane o traje adequado
O horário marcado pro encontro
Que se explodam essas amarras à toa
E os protocolos de pouco valor
Que nem sabemos pra que empunhar
Mas seguimos como bois presos à canga e cansados...
Às favas os sentimentos vazios
Os abraços sem amor ou carinho algum
Os humanos deslumbrados com o próprio lixo
A tempestade desalmada que atordoa
A pedra lançada que fere a pele
E a palavra vazia que fere o espírito para sempre...
Janaina Lúcia Alves