DOSES DE ESQUECIMENTO

Do meu quarto vejo alguém que chora

As mágoas de um amor perdido

No final de uma tarde chuvosa de domingo.

A fragilidade do homem vem à tona,

Afogando-se em doses generosas de rum.

Um gole seco para olhos molhados de lembranças

Que como lança, lhe fere o peito.

Doses de esquecimento efêmero,

como

Aquelas promessas de amor eterno, ditas

Em momentos de êxtase,

Anestesiava as feridas abertas de algum jeito.

É um não lembrar de si.

É uma fuga das muralhas pessoais.

É tão vil quanto necessário,

E tão triste quanto um sorriso amarelo.

E assim como a paixão,

A tristeza uma hora se vai,

E o silêncio torna-se sinônimo de esquecimento...