Não
H. Amador
Não digas nunca pelo amor de Deus,
Que não me queres, que me detestas tanto,
Já não suporto mais a cruel e triste idéia,
De viver relegado a este miserável pranto.
Bastam os suspiros que do meu peito saem,
A dor letal que invade este meu frágil ser.
As noites frias que acordado e só passo,
Lembrando o amor perdido, que eu poderia ter.
Não digas nada nesta noite. Fiques calada...
Deixes que minha alma a teus pés ajoelhada,
Compreenda a intensidade da minha loucura.
Sei que não terei nunca a tua compreensão.
Também não quero jamais o teu perdão.
Vás em frente, não ligues para a minha desventura.
Santa Luz, 08.02.1966
Para Zau.