Não

H. Amador

Não digas nunca pelo amor de Deus,

Que não me queres, que me detestas tanto,

Já não suporto mais a cruel e triste idéia,

De viver relegado a este miserável pranto.

Bastam os suspiros que do meu peito saem,

A dor letal que invade este meu frágil ser.

As noites frias que acordado e só passo,

Lembrando o amor perdido, que eu poderia ter.

Não digas nada nesta noite. Fiques calada...

Deixes que minha alma a teus pés ajoelhada,

Compreenda a intensidade da minha loucura.

Sei que não terei nunca a tua compreensão.

Também não quero jamais o teu perdão.

Vás em frente, não ligues para a minha desventura.

Santa Luz, 08.02.1966

Para Zau.

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 23/06/2012
Código do texto: T3739549
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