SOZINHA EM SÃO PAULO

Na manhã do mês de agosto

A brisa fria em meu rosto

Entre a Paulista e a Consolação

Senti uma dor latente

Percebi-me quase demente

Perdida na multidão

Dentro em mim pressentia

Que algo já acontecia

Alheia a minha vontade

Na Igreja da Soledade

Pedi a Deus por meus filhos

Meus únicos bens preciosos

Roguei a Virgem clemência

Ao menos pela decência

Prá vida não ser em vão

Mas nos meus vãos devaneios

Neguei aquilo que veio

Então, enfim sacudir

A minha vida parada

A água estagnada

Que estava prestes a sumir

Da rua, da vida, do mundo

Perdi o tino mas em segundos

O mundo voltou a existir

Pois não era nunca nem nada

Que me tiraria da estrada que

Escolhera seguir

E assim, esperando a volta

De uma coisa já morta

No subway eu desci

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 22/06/2012
Código do texto: T3738982
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