SOZINHA EM SÃO PAULO
Na manhã do mês de agosto
A brisa fria em meu rosto
Entre a Paulista e a Consolação
Senti uma dor latente
Percebi-me quase demente
Perdida na multidão
Dentro em mim pressentia
Que algo já acontecia
Alheia a minha vontade
Na Igreja da Soledade
Pedi a Deus por meus filhos
Meus únicos bens preciosos
Roguei a Virgem clemência
Ao menos pela decência
Prá vida não ser em vão
Mas nos meus vãos devaneios
Neguei aquilo que veio
Então, enfim sacudir
A minha vida parada
A água estagnada
Que estava prestes a sumir
Da rua, da vida, do mundo
Perdi o tino mas em segundos
O mundo voltou a existir
Pois não era nunca nem nada
Que me tiraria da estrada que
Escolhera seguir
E assim, esperando a volta
De uma coisa já morta
No subway eu desci