Manifesto: Baile [Prelúdio]

Baila, baila, moço da rubra rosa

Baila enquanto ainda fores capaz

No baile da música silenciosa

Musica-se belíssimo rapaz

Parando sob o breu desta mimosa

Noite de fúnebre nino luar

Teu mimo se tornará falsa prosa

Rosa negra a ti rúbido enfeitar

Baila, baila, moço do bom perfume

Baila, enquanto ainda fores capaz

Teu bailar me tonteia de ciúmes

E teu perfume ronda e estupefaz

Tua rondante veste negra seduz-me

Nesta taciturna noite sem lua

Noite cujo taciturno negrume

Explicita tua lívida tez tua

Baila, Baila, moço do olhar cristal

Baila enquanto ainda fores capaz

Teu bailar se faz sobrenatural

Rapinando-te o coração fugaz

No calor da batida visceral

Esviscera sem instinto pueril

Em febril investida como tal

Maculou teu meu coração hostil

Baila, Baila, moço do baile eterno

Baila enquanto ainda fores capaz

Neste baile dos mil prantos enfermos

As lágrimas te fazem brilhar mais

E no brilho das chamas desse inferno

Chamam teu sorriso luciferino

Pois tu felino em negríssimo terno

Em bailes eternos nos fez teu mimo

Baila, Baila, moço do breu divino

Em vil nino a todos encantarás

Moço do belo sorrir de menino

Baila enquanto ainda fores capaz

Kokoro
Enviado por Kokoro em 22/06/2012
Código do texto: T3738690
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