Delírios
As luzes dançam no ar
Isolado em meio à escuridão
Envolto pelas brumas
Escondendo meu corpo inerte
Buscando o porquê
O porquê de tudo
A cada traço fiado
Pelas teias do destino
As luzes rodopiam
Não parando de girar
A minha vida passa perante meus olhos
Num piscar de olhos
Confundem meus pensamentos
Deixando-me louco...Inquieto
...Ou por um momento, lúcido e calmo
O passado e o presente se chocam
Como uma parede de escudos
Chocando-se com os escudos inimigos
O infinito e o desconhecido
Agora é algo perto de ser alcançado e desvendado
O impossível torna-se fútil
Sombras agora tomam conta de minha mente
Espíritos de meus inimigos
Riem de mim em meio à nevoa
O confronto é inevitável
A vitória é um resultado incerto
O júbilo e o prazer da luta
Trazem a eternidade do combate
O momento inesperado e difícil
Contempla o final já esperado
O brilho de minha espada
Não mais reflete o brilho de antes
Aquela luz imponente
O meu bravo cavalo
Agora, moribundo, agoniza
Ao meu lado
O meu elmo, antes brilhante
Agora sujo e amassado
Não mais me protegerá em batalha
O estandarte do inimigo
Dilacera minha alma
Estou ferido, perecendo ao relento
A batalha está perdida
A realidade cai em meus olhos
Fico inválido para raciocinar
Agora percebo
O sentido dos fios da vida
Tecidos nas mãos do destino
A guerra prosseguirá
Fico na expectativa dela acabar
E por fim decifrar
O porquê... A razão
Do destino me trazer aqui
O porquê... De tudo
Em que foi possível acreditar
Que num rápido instante
Faz minha lucidez voltar.