Delírios

As luzes dançam no ar

Isolado em meio à escuridão

Envolto pelas brumas

Escondendo meu corpo inerte

Buscando o porquê

O porquê de tudo

A cada traço fiado

Pelas teias do destino

As luzes rodopiam

Não parando de girar

A minha vida passa perante meus olhos

Num piscar de olhos

Confundem meus pensamentos

Deixando-me louco...Inquieto

...Ou por um momento, lúcido e calmo

O passado e o presente se chocam

Como uma parede de escudos

Chocando-se com os escudos inimigos

O infinito e o desconhecido

Agora é algo perto de ser alcançado e desvendado

O impossível torna-se fútil

Sombras agora tomam conta de minha mente

Espíritos de meus inimigos

Riem de mim em meio à nevoa

O confronto é inevitável

A vitória é um resultado incerto

O júbilo e o prazer da luta

Trazem a eternidade do combate

O momento inesperado e difícil

Contempla o final já esperado

O brilho de minha espada

Não mais reflete o brilho de antes

Aquela luz imponente

O meu bravo cavalo

Agora, moribundo, agoniza

Ao meu lado

O meu elmo, antes brilhante

Agora sujo e amassado

Não mais me protegerá em batalha

O estandarte do inimigo

Dilacera minha alma

Estou ferido, perecendo ao relento

A batalha está perdida

A realidade cai em meus olhos

Fico inválido para raciocinar

Agora percebo

O sentido dos fios da vida

Tecidos nas mãos do destino

A guerra prosseguirá

Fico na expectativa dela acabar

E por fim decifrar

O porquê... A razão

Do destino me trazer aqui

O porquê... De tudo

Em que foi possível acreditar

Que num rápido instante

Faz minha lucidez voltar.

Acylândio
Enviado por Acylândio em 22/06/2012
Reeditado em 22/06/2012
Código do texto: T3738446
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