Meu brado mudo
Meu brado mudo
Se expande pelas paredes
Do vazio do meu quarto
Até os soturnos corredores do meu prédio
Ecoará como uma aeronave-flecha
A cruzar pelos céus anestesiados
Pela forma do quanto essa voz é muda.
Que de tão muda poderá mudar os ajustes do dia.
A mudez é uma barbaridade voraz
Consagrada pelo açoite das prisões
Dissecando cada lógica vã
Soterrando as mais parvas vozes.