Arrepios
Desamarrei minha canoa
Peguei o leito do rio
A madrugada já ia embora
Deixando a névoa e o frio.
Fui remando em silêncio
Pra não despertar os lambaris
Cortando a correnteza em fatias
Pois não me encontrava feliz.
Queria esvaziar o meu peito
Eliminar a saudade dela
Fui navegando naquele rio
Com a minha canoa amarela.
Segui sem rumo à deriva
Provocando ondas pequenas
Que morriam nas praias nativas
Naquela manhã tão serena.
Fui seguindo assim sem destino
E não parava de remar
Quanto mais a canoa corria
Mais me aproximava do mar.
De repente eu acordei
Recebendo um leve beijo na face
Abri os olhos logo avistei
Meu amor dizendo me abrace.
Ela havia sonhado também
Disse que queria ser o meu rio
Navegue em mim me faça alguém
Quero sentir agora o seu remo
Pediu que a levasse ao extremo
Entre o prazer e arrepios.
Francisco Assis silva é Bombeiro Militar
Email: assislike@hotmail.com