CANTO 45

H. Amador.

A noite é longa quando a dor chora sem consolo, como

longos são os dias do infortúnio para quem, como eu, não

possui um círio de esperança aceso no tocheiro do coração.

Pranto copioso jorra-me pela face fortemente assinalada

pela fúria do desespero sem refrigério.

Compreender a intensidade de lágrimas derramadas pe-

la dor incomensurável de um coração ferido, será trabalho

impossível à fragilidade da mente comprimida pelas barrei-

ras carnais.

“ Inleliz daquele a quem não é dado o direito de chorar; só o pranto afoga a dor que a vontade não conse-

gue destruir”.

Aluízio Azevedo.

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 21/06/2012
Código do texto: T3735749
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