Deserto em Pi!

Temperos demais no afogadilho, cutelo raso,

Vereda para insípidos tocadores de tecla,

O lápis rastejante fugindo da poça d’água,

Uma gota escorrendo do olho do dragão,

Pousou a quimera sobre a planície aérea,

Largou outra pedra no topo da montanha,

Esperou tantas noites a mesma estrela,

Piscar para a deidade das matas,

Outra vez escutou o gelo derretido,

Na sombra da primeira semente, nós,

Empurrou outra semana de peito amargo,

Olhando a tarde depois do almoço passado,

Água, café, um cigarro, lembranças & músicas,

O tempo se dilacerando pelas esperas,

Mal tocou a boca com um beijo em fuga,

Ladeou o corpo desejado sem muito falar,

Por mais ingrato que seja, nada resolve,

Só ao seu modo, ao seu tempo, bem haja,

Saiu do afogadilho ao sabor de orégano,

Sobremesas servidas a base de abacaxis!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 08/02/2007
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