FLOR DE VENTO
Neste vasto universo das coisas,
Sou mínima, quase nada,
Sou um risco na areia do tempo,
Que se apaga com o sopro da brisa.
Arrisco-me, em todos os tempos,
Abasteço-me de todo invento,
E deixo levar com o vento,
Minha antiga aspiração.
Mas o tempo é tão ligeiro,
Nem um pouco companheiro,
Não responde, nem espera,
E não vê minha aflição.
É por isso que meu grito,
Tem um nome, tem um eco,
Que ocupa todo tempo
Um espaço sem multidão.