Triunfal
Sou acometido por sonhos
E metamorfoses de parábolas
Que tentavam explicar os mundos
Fazendo analogias com os seres
Mas as bocas não ouviam mais
E as doutrinas foram sacrificadas
Em troca de um cálice de vinho
O puro vinho do sangue real
Então bebi de toda a sabedoria
E deitei o corpo em estrelas
Deitei o espírito em campos de alfazema
E a consciência então se calou
Calou o mundo
Em ecos vazios
E calaram as galáxias
Em explosões de vida
Em destruição e reconstrução
Em mudanças caóticas no macro
E transmutações do micro
Em fusão com o Cósmico
Em um retorno triunfal
Aos berços da criação
Diluindo a centelha
E desaguando no oceano de Deus
Despindo-se do corpo... Unificando-se ao Todo
E os esclarecimentos tornaram-se irrisórios
Pois não restaram as lembranças da gênesis primordial
E o existir perpetuou-se em si mesmo
E das entranhas do Ser jorraram estrelas e novos mundos...