de música e de poesia56
Você me recorda maçãs:
quero segurar-te pelo cabo e
devolver-te à arbor.
Quero consumir-te ao talo,
ainda no ramo da tua flor.
Quero deslizar meus dedos por tua superfície lisa,
quero lustrar-te,
polir-te com minhas axilas.
Quero tua semente à incomodar no vão do meu dente, para cidrar com pão escondido em meu ventre.
Quero surpreender-te na abundância do suco que faço de ti
à cada mordida.
E quero que saibas
que a hora da cor proibida
pratica rimas com os pêlos do teu braço. Sabe-te baço,
quer ler teu espaço mais denso
e partilhar - só por hoje - cada passo
que predipusermos.