AO ABANDONAR-ME...
AO ABANDONAR-ME...
Pena você ir assim
Sem mais nem menos
Feito como chegastes
Deixará um rastro de saudades
No vão que fica
Entra o real e o imaginário
Pois em mim
Já deixastes
As marcas profundas
E um calor incendiário...
Fez tu troça de meus desejos
Faz em mim tórridos solfejos
Dentre todos os portos e a cada ponto
Fica um amante a esperar-te
Esperando realizar teu conto
Entre o ideal e o pictórico
Deixastes um corpo em brasa
E uma voz me chamando o ilusório
E tu que é tão somente humana
Fascina-me na inexistência concreta
Formou em cada um dos nós
Uma horda de teus súditos
Como manadas perdidas nas savanas
E eu, que sou assim, de tão real e humano
Sou pra tu reles poesia,
Pois nos teus recônditos
Tu de ti, já anda repleta...