Tarde antiga
Há
Verde na tinta verde
Que cobre as folhas
De verde nessa tarde...
Há azul no céu azul
Que se aprofundava
Num infinito azul nessa
Tarde do sul...
Há uma tarde sobrepujando
Finalmente aquela
Tarde que não estão nas folhas
Nem no azul do céu e nem
Na esperança dos pescadores
Que rumam em direção ao mar...
Esta tarde que foi sobrepujada
Não é a tarde que se forma
Quando sol começa a descer...
Quando falta pouco pra escurecer...
Essa tarde é aquela fixada
Nas paredes da veias, do coração
E das membranas do corpo...
Tarde que não entardece
Que não antecede a noite,
É apenas tarde fixada nas
Paredes de nossa sensibilidade
Uma tarde de gente triste...
uma tarde de gente morta