O VELHO

O VELHO

A morte esta na janela do edifício,

Observa o velho senhor caduco,

Ele de cueca toma uísque sem artifício

O câncer o come deixando-o eunuco.

Ele pensa no prazer do cigarro,

No machão que ao toque disse não,

Esquecendo-se do incomodo do pigarro,

E da impotência que o deixou na mão.

A morte da janela espera quieta,

Ela brinca com a foice na alucinação,

O velho caduco não passa de um inseto,

Pensa nos amores tossindo uma canção.

O cigarro acaba entre os dedos lentamente,

O uísque ingerido de modo indecente,

Os preços altos dos excessos gritam em sua mente,

Abandonado ele está longe de toda gente.

Resta antes de o galo cantar na madrugada,

Ele dar o último respiro estertorante,

Pedir a bela dona Morte como namorada

E partir para outro ato, talvez, cambaleante.

André Zanarella 18-12-2011

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 19/06/2012
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