CANTO 41
H. Amador
Em contacto com a natureza, na muda contemplação
de todas as suas belezas, a nossa alma pára e descansa
dos dissabores e dos desenganos.
No céu límpido desta noite de plenilúnio, a lua paira ma-
gestosa e altaneira. Na noite deserta o silêncio é profundo,
augusto, imponentemente impressionante, só se ouvindo
raramente o barulho dalgum pássaro noturno que corta vê-
loz o espaço e pousa numa árvore. As estrelas coruscam
no firmamento infinito testemunhando a grandeza de Deus.
Perdão, Senhor! Compadecei-te deste mísero delin-
quente que sou eu, Tu que estas embuçado nas nuvens
que ocultam as estrelas mais deslumbrantes!...