PÃO COM LÁGRIMAS
Descia a rua sombrio
Nas mãos, um pão
N’alma escuridão
No rosto lágrimas
De solidão.
Alimentava seu corpo
No espírito se desfazia
Solitário descia
Um corpo inerte
Se consumia.
Um rosto lavado
Escorrido em prantos
Despido de encantos
Tortura pelo fim
De acalantos.
Uma lua que o céu ilumina
Clareia um rosto cansado
Já quase enrugado
De tristezas tantas
Tão maltratado.
Desce um homem pela rua
Carrega nas mãos um pão
Todo seu alimento
Na esperança um sofrimento
Uma dor incurável
Ao relento.