O todo em si

Poesia, como és assim?

Verdadeira farsa

Alegria triste

Que em dor te disfarças...

Dizes no espaço vago

No vazio d'almas

E imaterialmente te propagas

No pulso qual freme tudo que se acaba...

Se te recordo e me esqueci

De sentir-te sem sentir

E te acho sempre que me perco

Por entre as brechas do meu ruir...

Poesia, como me fazes sorrir?

Tão cheia de triste sentido

Quando nem sei se estou vivo

Nem estou certo que morri...

Como reinas antagonista

Sendo humildemente narcisista

Acumulando todas as coisas em ti

Findando no infinito; és o todo em si...

Lopes Neto
Enviado por Lopes Neto em 17/06/2012
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