O todo em si
Poesia, como és assim?
Verdadeira farsa
Alegria triste
Que em dor te disfarças...
Dizes no espaço vago
No vazio d'almas
E imaterialmente te propagas
No pulso qual freme tudo que se acaba...
Se te recordo e me esqueci
De sentir-te sem sentir
E te acho sempre que me perco
Por entre as brechas do meu ruir...
Poesia, como me fazes sorrir?
Tão cheia de triste sentido
Quando nem sei se estou vivo
Nem estou certo que morri...
Como reinas antagonista
Sendo humildemente narcisista
Acumulando todas as coisas em ti
Findando no infinito; és o todo em si...