O Outono acabou, amor!
O Outono acabou, amor!
As folhas sussurraram o som do passado
No desperdício de um declive.
Amor, como as folhas efêmeras,
Caímos tal qual elas!
O Outono acabou, amor!
Nossa música foi cantada pelo vento.
Ecos de luto e mágoa.
Por entre o ar gélido, nós caminhamos.
O Outono acabou, amor!
As águas ficaram tão frias
Quanto os pedrados corações.
Somo iguais - cobertos de gelo,
Congelados dentro de nós mesmos.
O Outono acabou, amor!
As flores vão chegar
Para florescer nossa beleza
Fraca, instantânea, serena e delicada.
Cobertos de geada, nós murchamos.
O Outono acabou, amor!
A chuva se esborracha
Tal qual nossas lágrimas.
Cruéis lágrimas que teimam não secar,
Assim como teimamos descender.
O Outono acabou, amor!
O sol em nublada matina
Assim como nós.
Nossa visão se torna cinza,
Cinza como o advindo Inverno.
Perdidos nas sombras, desaparecemos.
O Outono voltou, amor!