O Outono acabou, amor!

O Outono acabou, amor!

As folhas sussurraram o som do passado

No desperdício de um declive.

Amor, como as folhas efêmeras,

Caímos tal qual elas!

O Outono acabou, amor!

Nossa música foi cantada pelo vento.

Ecos de luto e mágoa.

Por entre o ar gélido, nós caminhamos.

O Outono acabou, amor!

As águas ficaram tão frias

Quanto os pedrados corações.

Somo iguais - cobertos de gelo,

Congelados dentro de nós mesmos.

O Outono acabou, amor!

As flores vão chegar

Para florescer nossa beleza

Fraca, instantânea, serena e delicada.

Cobertos de geada, nós murchamos.

O Outono acabou, amor!

A chuva se esborracha

Tal qual nossas lágrimas.

Cruéis lágrimas que teimam não secar,

Assim como teimamos descender.

O Outono acabou, amor!

O sol em nublada matina

Assim como nós.

Nossa visão se torna cinza,

Cinza como o advindo Inverno.

Perdidos nas sombras, desaparecemos.

O Outono voltou, amor!

Breno Leal
Enviado por Breno Leal em 17/06/2012
Reeditado em 01/02/2013
Código do texto: T3728482
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