Bom Senso
É comum cinto e sapatos de couro,
tênis, jeans e camisetas de malha,
noivas de branco e urubus de negro,
araras e céus azuis, calcinhas beges.
O bom senso é esta repetição integral, neutra,
comportamentos lineares e acovardados,
na crítica, sem emoções estúpidas e incertas,
sem explosões coléricas, sem a histeria aberta.
O bom senso é como nascer e morrer,
sem um arranhão, sem magoar e devolver,
é o falso humor permanentemente político,
é aquele amor fraterno do não querer.
É comum o bom dia gravado no rosto,
o sorriso sem doce, tatuado no queixo,
o aperto de mão que não guarda o nome,
e anoitecer de novo num boa noite coletivo.