Há em mim a complexidade da face desconhecida,

o incógnito do sonho indecifrável.

Sou o que chamam da incerteza, sou a dúvida.

Na duabilidade que me ronda...

por ora mulher... noutra, tão inocente menina;

a minha agressividade aflóra.

E no descontentamento diário, vivo minuto à minuto

eu me rendo ao ócio,

e nele a passividade de ser poeta

me domina.

Há em mim, como há na luz, a transcendência da aura.

A divindade jamais percebida e nunca vivida.



Ao questionar o meu "hoje" vivido no dia de ontem, encontrei na complexidade de minha vida; tão semelhantee análoga ao dramático mundo que envolve o teatro, a razão de me reportar ao mundo das palavras.
Nelas vejo uma possibilidade única de me render ao sonho, de buscar a felicidade jamais vivida e de cerrar os olhos diante de um mundo incapaz de me acolher...de um mundo caduco de ideologias .... 

Ao dirigir, meu corpo pairou, tive a sensação de uma leveza jamais sentida, fui obrigada a parar o carro e deixar meus pensamentos fluirem... como poetisa amadora sempre ando com um caderninho ( de tão velho ..deteriora-se a cada folha virada) que me socorre nestes súbitos momentos...eis que surgiu o texto acima... como reflexo de uma alma em constante mutação, ávida pelo prazer de viver intensamente cada minuto.