Ciranda de Orixás

Do barro de Nanã

às águas de Oxum e de Iemanjá,

saí para passear nas matas de Oxóssi.

Fosse eu menos aventureiro, por lá

permaneceria ainda inteiro.

Mas saí das águas primervas

para andar com os próprios pés.

Axés diversos busquei.

Voei com Iansã,

eu me saciei no castelo de Xangô.

Subi e desci tantas vezes com Oxumaré,

quanto a maré muda com o passeio da lua.

Aqui, com as mãos na lama escura

crio novas formas, Vovó.

Ah, que dó, que dó delas,

por saírem de mim!

Mas criar, criar é minha sina...

Oxalá estará com elas,

assim como comigo está.

E nesta brincadeira de ciranda,

de dar formas e as parir de mim,

como ações sem fim,

imito a Olorum

e comprovo mais uma vez

que em axé, somos um.

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 16/06/2012
Reeditado em 16/06/2012
Código do texto: T3727777