O amor e o silêncio
Tenho as mãos frias,
o olhar vazio,
os lábios sem cor.
Não, não morri!
Porém vivo não estou.
Minhas mãos e olhares
Não a encontram
na imprecisa eternidade.
Não fuja para essa distância
ínfima que nos separa
num átimo inalcançável.
Perto, tão perto!
Meus braços imploram
O abraço que encerra esse vácuo.
Próxima dos meus lábios
A boca silencia
Não diz que a ama.
Amando-a intensamente tanto
Não me faltam palavras
Ausenta-me a voz!
Calado, observo-a ali no sofá
O quadro desenha na sala
Um grito do meu coração.