A mulher do espelho

Não me valho mais do sexo,

Nem das fugazes carícias,

Ou das palavras insanas e lindas,

Ou dos ensaios sonoros saídos pelos dentes.

Não. Não me valho mais.

Valho-me, hoje, apenas desta mulher fria,

Oca, burra, sem alegrias,

Nesse encontro, distorcido,

Entre a mulher do espelho e eu.