A fera (O filho impuro do ódio)

A fera (O filho impuro do ódio)

Por T.H.R. Oliveira

Vermelho;

O sangue que corre em minhas veias é negro

Mas o sangue que escorre em minha mente é vermelho

Vermelho como o desejo venenoso

Como as pétalas da paixão

Transformação;

Em meu peito não há nenhum som

Nenhum movimento

E as lágrimas em meus olhos é dor

Dor por morrer duplamente

Dor por perder duas vezes

Por sentir em mim o amor morrer

E por sentir em mim o ódio nascer

Morte;

É o vírus inteligente, vivo

Que me preenche como o ar que respiro

Eu ainda respiro?

Não há fome, ou necessidade

Há o escuro

Apenas eu e a noite

Sem lua, sem estrelas, sem sol

E a morte é o meu sustento

Viver da dor que me restou

E matar com o ódio que em mim nasceu

Escuro;

Assim está o meu peito

Vazio, congelado

E sozinho com o frio

Emanando de dentro para fora

Perambulo pela madrugada

Vivendo, matando

Sorvendo a vida de outrem

Pois eis o que sou

No ápice do seu ato hediondo

Lá morri

E com a morte do amor

Morri sentimentalmente

Com a sua morte

Morri espiritualmente

Arrependimento;

E a minha única tristeza

A maior delas

É que não foram minhas mãos que te tornaram rígido e frio

Não era a minha imagem que refletia em seus olhos

Quando a vida o abandonou

Agora encare do inferno

A imagem que criou

O vampiro que me tornei

Quando você me matou.

THR Oliveira
Enviado por THR Oliveira em 14/06/2012
Código do texto: T3724728
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