CORREDOR DA MENTE
Entro e sigo em frente sem olhar pra trás,
Sem olhar à volta, sem nada ver, além da frente.
Sigo em frente, em silêncio surdo, em espanto mudo,
Vou seguindo sempre.
Sigo a cada passo, a cada passo firme.
Sussurros me acompanham...
Agora tudo ouço em espanto mudo e silencioso,
Pelo escuro e quente corredor da mente.
Fios brancos, finos, delicados como cordas sonoras,
Percorrem o espaço à minha frente,
Entrelaçados qual estranha teia.
E sigo em frente, sem olhar pra trás.
A todo instante penso em meu viver e continuo andando.
Passos firmes vão anunciando o meu percorrer.
Percorro mudo, olhar atento a tudo.
Luzes acendem e brilham, debilmente morrem,
Devolvendo o silêncio escuro.
Sigo firme e decidido, olhar atento,
Atento a tudo, tudo à minha volta.
Passos ritmados ecoam música aos meus ouvidos.
Finalmente paro, meus passos silenciam,
Assustando o coração arfante.
Olhar surpreso e fascinado,
Diante do espaço iluminado
Por vagalumes incendiários,
Mostrando sala de computadores.
Botões e teclas acionados, invisivelmente ,
Diante do espanto incrédulo.
Cada peça acionada, uma decisão tomada.
E num piscar de luz:
pensar... sentir... amar... chorar... sorrir... viver...
E eu, sozinho neste longo corredor,
A meditar sobre o fantástico e simples
Jeito de existir desse ser sublime e pecador
Que vive dentro de mim!...
(Poesia extraída do meu livro Lampejos de Sonhos, publicado pela Editora AgBook)