MANHÃ DE ETERNIDADE
Sou prisioneiro
da brandura
do silêncio.
Sem abafar a realidade,
recolho algumas paisagens
perdidas nas máscaras
da turva manhã.
Passam habitantes apressados,
vestidos de luz
para além da fronteira
em busca do sonho,
nas plantações ávidas
de futuro.
Forja-se ali a nascente,
o sol tímido
tenta me dar bom dia,
abro os braços
para lhe abraçar
nesta manhã de eternidade.