Fábula
Contava minha mãe
Uma fábula intrigante
Ia um homem pela estrada
Avistou uma serpente
De frio tiritante
Tratou-a como se fosse
O mais nobre infante
No peito agasalhou-a
O seu calor transmitiu
E a cobra quietinha
Se protegia do frio
Eis que a lisa casca aquietou-se
Tomou-se de vida nova
Muitos esses no peito fazia
A cobra venenosa
Aconchegou-se ainda mais
Ao peito do bom moço
Que em um abraço demorou-se
Até que sentiu afiada
A língua da rastejante
Aplicando-lhe mortal picada
A moral da fábula
Aqui está evidente
Tem gente que morde bicho
E bicho que morde gente