estrela escrita

É tão bom quando nos deixamos por onde estamos

caminhando no fluir do canto e do som do mundo

sabendo quando e como devemos dizer o que se vem

sem ter ouvinte ou pedinte, sem intenção ou dedicação

Mas com vontade e afeto, sem tetos os ecos soam

De coisas que estão, mas não se veem

De coisas que vemos, mas não sentimos

Há algo mais que rotina, há frequência mais alta que a repetição

Ainda se pode ouvir mais alto o ar que infla os pulmões

Há ainda nesse mundo esperança àqueles quem

num suspiro além de tudo, no canto do quarto

como um menino sonhando e escrevendo

para além das coisas do céu,

a despeito do medo, sobre todo mal

É um sonho que expande e invade um universo que transcende

a si mesmo, mas que também emana esse poema

Que já não volta e que vai estar para sempre

Nos lábios de um dos elementos da vida

Apenas poeira...

Como pode este, conquistar o céu

Como pode ecoar por toda expansão que nunca cessa

o acaso que sempre impera, mas que por vezes deixa reinar

Uma escrita inocente

Fernão Bertã
Enviado por Fernão Bertã em 13/06/2012
Reeditado em 20/07/2012
Código do texto: T3721750
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