estrela escrita
É tão bom quando nos deixamos por onde estamos
caminhando no fluir do canto e do som do mundo
sabendo quando e como devemos dizer o que se vem
sem ter ouvinte ou pedinte, sem intenção ou dedicação
Mas com vontade e afeto, sem tetos os ecos soam
De coisas que estão, mas não se veem
De coisas que vemos, mas não sentimos
Há algo mais que rotina, há frequência mais alta que a repetição
Ainda se pode ouvir mais alto o ar que infla os pulmões
Há ainda nesse mundo esperança àqueles quem
num suspiro além de tudo, no canto do quarto
como um menino sonhando e escrevendo
para além das coisas do céu,
a despeito do medo, sobre todo mal
É um sonho que expande e invade um universo que transcende
a si mesmo, mas que também emana esse poema
Que já não volta e que vai estar para sempre
Nos lábios de um dos elementos da vida
Apenas poeira...
Como pode este, conquistar o céu
Como pode ecoar por toda expansão que nunca cessa
o acaso que sempre impera, mas que por vezes deixa reinar
Uma escrita inocente