NOSTALGIA
Eu vivi, mais do que podia imaginar
Eu cresci
Mais do que minha idade deveria agüentar
E cresci
Então aprendi a pensar
Então senti que é comum se penalizar
Eu não tava lá naquela guerra
Mais desça um pouco, não és só
Você não salvou a terra
O mundo não gira pelo faraó
Então chega mais uma surpresa
Quando se dizia, oh vida sofrida
Tudo é uma represa
Naquela coisa que foi escolhida
Então leia aquela escrita
Que todos dizem ser bendita
Quantas ilusões
Quantos sermões
Pobre daquele que só em mente entendi
Ou talvez, inventei
Será que conturbadamente cresci
Ou motivo pra fraqueza usei
Quantas coisas ao olhar pras luzes
Segredos grandiosos
Não são as igrejas, nem o que fazes
Mas o que sentes a sós
Um dia ouvi que tinha genialidade precoce
Hoje escrevo perdido, em plena tosse
Então vê se não me fode
Cuide do seu ostracismo
Eu cuido do meu bode
Eu sei, sei que amanhã é outro dia
O que aumenta agonia
Novo dia deveria ser magia
Mas é a podre nostalgia
Eu sei que espero amanha cedo
Pra um dia que me da medo
Sei que nada fiz
Mais a escrita é como tremer em um giz
Será que to aqui sozinho
Seria um depoimento oco, mesquinho
Mais ainda é pouco
É como uma rosa sem espinho
Parece coisa de louco
Mas feito pássaro inseguro, não deixo o ninho.