Quando não se sabe o nome do amor

A hora do dia hoje: é teus lábios trêmulos

A flor do retrato sem olhos, só boca

Agarrando com suor de saliva os beijos

Não quer perder o amor que sufoca

A brisa do teu perfume aqui me abre

Cicatrizes no espelho que evito

Quero achar-te ali e é tarde

Falar de razão para o infinito

Pressinto a vida no vão da janela

A dávida para mim é só pressentir

Nós: é só um sonho louco e congela

Com solidão parte de mim sem porvir.

Ainda escutarás meu nome e talvez

Esquecer nem seja algo necessário

Sempre depois somos o que se desfez

Ao vermos o antes precioso como falho.

Do Livro Em um Mapa sem Cachorros

Julio Urrutiaga Almada
Enviado por Julio Urrutiaga Almada em 13/06/2012
Código do texto: T3721622
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