EU QUERO A PAZ

Senhor, eu quero a paz!

Sei que existo por tua obra,

Aprendendo essa existência me faz

Dirimir a dívida que a vida cobra.

Quero ser forte por tua graça, Senhor,

Trilhar teus caminhos sem sombras

E quando me assaltar a dor,

Eu quero tua voz como trompas

Na sinfonia do teu amparo.

Não quero me sentir inútil,

Pela prostração se paga caro

Permita que até o fim eu seja útil

Mesmo com a limitação vinda dos anos.

Concede-me a graça da sabedoria

Para ensinar aos irmãos, sem danos,

A glória de viver em Ti com alegria.

Não quero igrejas de pedras nem cultos

Porque teu templo é a natureza,

E nas almas dos cultos e incultos

Deixas tua mensagem com clareza.

Toda vez que quero falar contigo,

Vou à praia e espero o sol sair

Ou à sombra de arvoredo antigo.

Às vezes espero a chuva cair,

Para sentir nos olhos, no meu rosto,

O sinal: - Filha, ouvi teu lamento...

Então colho, no jardim, flores de agosto,

Lanço-as desfolhadas ao vento

Minha modesta oferta de gratidão

Pela honra da tua audiência,

Pelas orientações vindas do teu coração

Para esta filha que a Ti deve obediência.

Aprendi que é em tuas mãos

Que devo deixar as aflições cotidianas,

E a ouvir os conselhos dos espíritos irmãos

Nas ritmadas batidas cordianas

Quero a tua presença e tua paz comigo,

Quero o teu amor infinito

Meu pai, meu irmão, meu amigo,

Que ouve no espaço o meu grito.

24/07/05.