Dualidade
São loucos os dias que passo
achando que posso tudo
vou enchendo a auto-estima
meu ego vem para cima
sou de brava valentia,
sou mulher, sou quase tudo
Outras,estou na mó de baixo
penso que não sou ninguém,
anulo-me quanto baste
em tímida cobardia
Tem dias que sou um anjo,
é o que toda a gente diz.
Pior é se estou zangada,
tem horas em que o demo
parece meu aprendiz
Mas afinal, quem sou eu?
Encarno a dualidade
tenho pureza e maldade
será que isso é ser humano?
Minha alma é um rio calmo
e logo a exaltação
cresce em mim descontrolada,
neste convívio comigo
já nem sei o que pensar,
só sei que não me conheço
nem com o que posso contar
Sou mulher, mas já estou farta,
meu sangue não é de barata
e quando esquenta, lá ferve
depois volto a me acalmar
encarno o anjo, de novo
vou dormir que estou cansada
amanhã, começa tudo outra vez!