Amor embrutecido

A praça está vazia

Os namorados desiludiram

E pediram perdão...

Com cara de tonto. Os dois

Com cara de tonto...

Se pergunta..: o que houve

Com a casa que tinha aqui

O coreto, e todas aquelas

Esperanças...

O amor embrutecido

Sem mistério,

Dentro de sua casa.

Pintada, os papéis

Protege o chão

Sem medo, em casa

Mas cansado da guerra

Anos de luta e agonia...

O amor chegou, mas

Cru, sem penacho

Sem carnaval...amor

Chegou embrutecido

Ao seu ponto final...

Sobre o banco da praça

Lê a fisionomia do céu

Que lhe cobre aquela

Hora da tarde...já não

É mais o céu. É simples

Ver que ali não há céu

É só um azul que mais

Tarde vai ficar negro

Pela ausência do azul..

Que na verdade não

É o céu, é um gigantesco

Vazio, um nada, em

Direção ao infinito

Que ganha forma

Cor, depende do horário.

O céu não está no alto...

O céu está aqui no banco

Da praça diante dos olhos

De amor embrutecido, do olhar

Amoroso de uma vida justa

E perdoada...mas embrutecido!

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 12/06/2012
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