Amor embrutecido
A praça está vazia
Os namorados desiludiram
E pediram perdão...
Com cara de tonto. Os dois
Com cara de tonto...
Se pergunta..: o que houve
Com a casa que tinha aqui
O coreto, e todas aquelas
Esperanças...
O amor embrutecido
Sem mistério,
Dentro de sua casa.
Pintada, os papéis
Protege o chão
Sem medo, em casa
Mas cansado da guerra
Anos de luta e agonia...
O amor chegou, mas
Cru, sem penacho
Sem carnaval...amor
Chegou embrutecido
Ao seu ponto final...
Sobre o banco da praça
Lê a fisionomia do céu
Que lhe cobre aquela
Hora da tarde...já não
É mais o céu. É simples
Ver que ali não há céu
É só um azul que mais
Tarde vai ficar negro
Pela ausência do azul..
Que na verdade não
É o céu, é um gigantesco
Vazio, um nada, em
Direção ao infinito
Que ganha forma
Cor, depende do horário.
O céu não está no alto...
O céu está aqui no banco
Da praça diante dos olhos
De amor embrutecido, do olhar
Amoroso de uma vida justa
E perdoada...mas embrutecido!