O AMOR

Volto para longe do abrigo,

Vou caçar além dos cumes

Onde não há posses nem ciúmes,

Volto para a beira do abismo!

Uma lágrima molha meu sorriso

Não vejo pontes

E nem fundo entre os montes

Corro na beira... Não olho onde piso

Não sei se me conheço

Ou mesmo se me guio,

Não sei se me escuto

Ou se grito.

É tudo tão surpreendente

E, ao mesmo tempo, tardio...

Uma constante

Que não se repete,

Assim como as águas de um rio!

Tenho a impressão de outra existência,

Ou uma lembrança do futuro...

Ou apenas mistificações do instinto puro

A dor passa a ser sua ausência,

Sempre fui suscetível à dependência.

Não volto para abrigos,

Caminho pelos abismos!

Sinto a doçura da brisa,

O medo da queda,

A adrenalina dos desequilíbrios,

A grandeza da vista,

O calor do perigo

E o cheiro de vida!

Leonardo MirandaAlves
Enviado por Leonardo MirandaAlves em 12/06/2012
Código do texto: T3719457
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