O AMOR
Volto para longe do abrigo,
Vou caçar além dos cumes
Onde não há posses nem ciúmes,
Volto para a beira do abismo!
Uma lágrima molha meu sorriso
Não vejo pontes
E nem fundo entre os montes
Corro na beira... Não olho onde piso
Não sei se me conheço
Ou mesmo se me guio,
Não sei se me escuto
Ou se grito.
É tudo tão surpreendente
E, ao mesmo tempo, tardio...
Uma constante
Que não se repete,
Assim como as águas de um rio!
Tenho a impressão de outra existência,
Ou uma lembrança do futuro...
Ou apenas mistificações do instinto puro
A dor passa a ser sua ausência,
Sempre fui suscetível à dependência.
Não volto para abrigos,
Caminho pelos abismos!
Sinto a doçura da brisa,
O medo da queda,
A adrenalina dos desequilíbrios,
A grandeza da vista,
O calor do perigo
E o cheiro de vida!